Me Morte (uma homenagem)
Você já sugou todo o meu sangue,
destroçou a minha alma,
contou histórias de amor
e me levou do paraíso ao inferno.
Bebeu da minha taça, o vinho
precisoso que envelheci em tonéis de carvalho.
Depois cuspiu em meu rosto
apenas o vinagre azedo.
Meus olhos antes serenos,
agora mostram o medo de amar.
Não tenho mais nada a lhe dar.
Deusa sedenta de oferendas,
ofereço meu corpo em sacrificio
por um único instante de sossego.
Deixe em paz este servo,
é a única coisa que peço.
Sou só escombros de um homem,
pra mim não há mais salvação.