Vozes brasileiras do século XX
Exalta voz do preto,
Morro sem teto
O sacolejo dos brasileiros
Ressentidos que choram bramidos.
Eloqüência rebata a delinqüência
Em exigência moradia.
Inata voz do morro
Meu senhor o samba do bairro.
Dando-lhes o sabor da bananeira
Mostra-lhes a bandeira.
Progenitora da brasilidade
Com vossa musicalidade.
A musa delineada da passarela
Ladrilha a calçada por ela.
O arcanjo
Com audição o arranjo.
Resguardando na casa magia das palavras
Louca unha de gato cravas,
Bordadas em meadas,
Longínquas de ti caladas.
Na míngua
Insurge uma frenética língua.
Nome holandês em Construção da magra
Gritando flagra,
Espreitado para servir letra,
Cede mestra.
Entoa a sílaba
Louco conceba
Naqueles abraços,
A brandura dos negros traços.
Uno masca
O arranjo em máscara.
Assombrada Maria ao nada
Vestida despida,
Migra a minha essência
No ente da cadencia
Metida a corpo sonoro
Apolo e Dionísio em coro.
Admira o leito cego,
Faz hora a cantoria o trago.
O rei do baião
Com pé lavra o chão,
O couro lhe reveste
Para veste do festejante.
Nômade viajante.