Central do Brasil
Lá vem o trem, tremendo nos dormentes,
Vem pilhado de gente, chegando na central,
Numa uma poesia, que se torna eminente,
Na palavra do poeta, que chega ao ponto final...
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Lá vem o trem, tremendo nos dormentes,
Bem na hora do rush, num sufoco total,
Vem cruzando aos bairros fluminenses,
É central subúrbio, é subúrbio central...
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Lá vem o trem, e sobre eles os surfistas,
Nas ondas elétricas, desafiando a morte,
Pensando que sua imagem se decemplicas,
Aos olhos de quem os acham apenas com sorte...
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Tem conexão em Deodoro, pra chegar em Japeri
E no balanço, dorme quem teve sorte de sentar,
Pois o caminho é longo, pra que for até Paracambi,
Mas quem vai em pé, também pode sonhar...
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E sonha de segunda a segunda, e lá vai o trem,
E ele vai lotado, vai apertado, vai quente,
É noite e dia, é dia e noite, é vai e vem,
Mas segue tremendo em seus dormentes...
Marco Ramos