Central do Brasil

Lá vem o trem, tremendo nos dormentes,

Vem pilhado de gente, chegando na central,

Numa uma poesia, que se torna eminente,

Na palavra do poeta, que chega ao ponto final...

~

Lá vem o trem, tremendo nos dormentes,

Bem na hora do rush, num sufoco total,

Vem cruzando aos bairros fluminenses,

É central subúrbio, é subúrbio central...

~

Lá vem o trem, e sobre eles os surfistas,

Nas ondas elétricas, desafiando a morte,

Pensando que sua imagem se decemplicas,

Aos olhos de quem os acham apenas com sorte...

~

Tem conexão em Deodoro, pra chegar em Japeri

E no balanço, dorme quem teve sorte de sentar,

Pois o caminho é longo, pra que for até Paracambi,

Mas quem vai em pé, também pode sonhar...

~

E sonha de segunda a segunda, e lá vai o trem,

E ele vai lotado, vai apertado, vai quente,

É noite e dia, é dia e noite, é vai e vem,

Mas segue tremendo em seus dormentes...

Marco Ramos

Marco Ramos
Enviado por Marco Ramos em 09/06/2005
Código do texto: T23329