Bailarina da natureza.
Tronco com proeminências e saliências,
curvas torneadas no cerne imitando epiderme.
Galhos ao vento como braços em movimentos,
este bailado! não... não pode ser de um inanimado.
Semelhança, que com o gingado de dança,
Não fosse o enraizado... o bailar seria formalizado.
Dando vida humana a natureza que do solo emana.
Esguia, bailarina da selva... insinua-se sem receio do meio
segura de que está protegida e ungida neste verde canteiro.
Platéia respeitosa da mais alta espinheira a relva rasteira.
Se as do palco com sapatilha, se espelhassem nesta maravilha.
de atuar sem adereços, evidenciando talento...
ao contorcer-se insinuando-se ao ritmo do vento.
Teríamos verdadeiras deusas a deslizar pelos alambrados.
Sem inclinar-se aos saltos da vaidade, fulgurando verdadeiros bailados,
dominando a arte real, desprovida da mascara de "ser" transcendental.
Abraão Leite Sampaio.