Bailarina da natureza.

 

Tronco com proeminências e saliências,

curvas torneadas no cerne imitando epiderme.

Galhos ao vento como braços em movimentos,

este bailado! não... não pode ser de um inanimado.

 

Semelhança, que com o gingado de dança,

Não fosse o enraizado... o bailar seria formalizado.

Dando vida humana a natureza que do solo emana.

 

Esguia, bailarina da selva... insinua-se sem receio do meio

segura de que está protegida e ungida neste verde canteiro.

Platéia respeitosa da mais alta espinheira a relva rasteira.

 

 Se as do palco com sapatilha, se espelhassem nesta maravilha.

de atuar sem adereços, evidenciando talento...

 ao contorcer-se  insinuando-se ao ritmo do vento.

 

Teríamos verdadeiras deusas a deslizar pelos alambrados.

Sem inclinar-se aos saltos da vaidade, fulgurando verdadeiros bailados,

dominando a arte real, desprovida da mascara de "ser" transcendental.
                                          

                                                         Abraão Leite Sampaio.

 

 

Abraão Leite Sampaio
Enviado por Abraão Leite Sampaio em 14/06/2010
Reeditado em 08/10/2010
Código do texto: T2320032
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