MÃE
Mãe,
acho que já me esqueceu,
assim como esquece
do momento em que o vento
toca seu rosto moreno...
um carinho,
na pele flácida
Acho que nunca mais me verá,
assim como nunca viu
o beijo furtivo
na mão calejada,
noite fugidia...
Acho que sempre me amou,
assim como acarinhava
minhas palavras com um olhar
apesar dos desatinos, comuns,
enchia-se de pranto
com a minha dor passageira...
Sempre me quis,
nunca me disse
apenas soprou,
minha vida ao relento
chorou...