DOMADORES DE PALAVRAS
Colher palavras não é fácil
Assim, como a harmonia racional,
Também, não é algo simples
É preciso semear a mente
Mergulhar, entregar-se, inteirar-se
Apatia não consta no teu ser
A sensibilidade brota-lhe dos poros
A amplitude enche-lhe os pólos
Sintetizando a sua visão
Mesmo em pleno silêncio
O grito é constante
Ainda que preso
O clamor vai distante
Cria amplos paraísos
A visão presenteia-lhe o nicho
A imaginação faz o capricho
Sua inspiração é peculiar
Seu coração um brando lugar
De várias faces, todas afáveis
De vários mundos e tantos oásis
Seu coração é seu universo
Em sua veia, correm versos
Seus instrumentos de cirurgias
São sempre papel e caneta
Das suas primaveras mais amenas
Brotas amores ainda que surreais
Suas mãos sempre escrevem à paz
Domadores de palavras
Assim, são os poetas.