Tributo à Bandeira

Sete de setembro, feriado nacional.

Nesse dia nasceu uma bandeira

a mais linda bandeira brasileira.

De um verde tão vivo

e um amarelo tão ouro

com puro ar de alegria,

desfilou na pracinha.

E lá na pracinha

estava Teté,

rapaz franzino,

crescido mas ainda menino.

Ele ficou impressionado

com o passar da bandeira

e mesmo de brincadeira – e com certeza não era o caso-

já se dizia apaixonado.

A praça cheia,

a festa feita

com bandinha no coreto

e comício instalado.

Político falando alto,

trompete desafinado,

bandeira tremulando forte

e o povo gritando e aplaudindo.

A a bagunça que ali se instalou,

no coração do menino

se transformou em tumulto.

Quebrou-se o coração,

a mente, a razão,

o sufoco e o suspiro.

Sobrou pouca coisa inteira,

e com o fim do passar da bandeira

ficou só o olhar do menino,

opaco e perdido.

A bandeira foi-se embora

e com ela foi-se a música,

as pessoas, o partido.

Foi-se embora todo o sentido.

Voltou para casa assolado,

dizem que nunca mais foi o mesmo.

Menino que virou homem,

esperança que virou medo.

Dona Maria ainda se impressiona

em como uma bandeira

singela e passageira,

mudou tanto a vida de seu filho.