Tatyana

A vida nos reparte

e seguimos rumos estranhos.

Valentes e lanhos

juntamos cacos e partes

e insistimos nessas artes.

Russa mulher distante,

bela como sonho de Cervantes,

breve como instantes,

mas eterna Musa de tantos Dantes.

Que caminhos são esses

mulher estrangeira?

Que perfume de cerejeira,

que brisa ligeira

carrega tua alma

e arrebata minha calma?

Pouco te sei moça de longe,

mas sei do Nivarna de monge

que cobre meu peito

no abrigo do teu leito.

Loura moça da branca neve,

eu deveria ser breve

como riso que não se atreve,

mas eis que te escrevo

e em sonhos revejo

a calidez do teu beijo.