O silêncio do poeta
Homenagem a Welington Magno, poeta mineiro, das Gerais, isso aí!
Gente de minha terra querida, meu berço, minha raiz.
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Quando o poeta silencia seu canto
é porque em breve
uma estrela a mais
abrolhará no céu,
repleta de luz,
esplendor,
ardor
e flamejar!
Quando o poeta repousa em seu leito
põem-se os anjos a trabalhar
e seu interior enfeitar
com feixes de Divina Luz,
pétalas azuis
e profundo vicejar.
Que maior descrição encerrará
o trovador que se refugia para calar
e, quando regressa ao lar,
põe-se a bradar
com tanto sentir,
tamanho silenciar,
que seu interior
ornado de pétalas azuis,
feixes de Divina Luz,
profundo vicejar,
deleita-se a eclodir e vaticinar
mundos além-céu,
universos além-mar...
Só há como a voz dessa alma nomear
Luz do Sol a Reluzir,
Água do Mar a Rebrilhar,
Mais Profundo Olor,
Certeiro Balbuciar.
Palmas
para o Poeta-Mar,
para o Poeta-Luz,
para o Poeta-Dor,
para o Poeta-Cor,
para o Poeta-Amar!
Ovacionemos, pois,
esse tartamudear!
Esse som que nos faz calar!
Esse brilho que nos acomete
tão afável lacrimejar!
Sinto o poeta em mim,
em ti,
em nós,
em tudo
poetizar!
Eis o verbo certeiro
para incidir em cheio
o universo,
o altar dos cegos,
surdos, calados...
Oh, Mundo dos Versos
e de muitos outros cursos
tão bem postos,
descritos,
propostos!
Profundo orbe submerso
em clamor errante!
Gozo pleno e profundo
de um calar arfante,
regozijante, taciturno,
gatuno, rutilante!
Bravo,
Poeta-Mar,
Poeta-Luz,
Poeta-Dor,
Poeta-Cor,
Poeta-Amar
e todo esse tartamudear!
Teu ente respinga em mim
e de mim não quer se apartar.
A não ser que Deus permita,
nesta ou noutra vida,
transcender em teu calar
e, assim,
una a ti embalar,
rumo a Estrela-Mor,
só,
sem dó,
alma alada no Parnaso,
atenuada,
subalterna.
Minha benção, poeta!