O silêncio do poeta

Homenagem a Welington Magno, poeta mineiro, das Gerais, isso aí!

Gente de minha terra querida, meu berço, minha raiz.

http://www.recantodasletras.com.br/autores/montanha

Quando o poeta silencia seu canto

é porque em breve

uma estrela a mais

abrolhará no céu,

repleta de luz,

esplendor,

ardor

e flamejar!

Quando o poeta repousa em seu leito

põem-se os anjos a trabalhar

e seu interior enfeitar

com feixes de Divina Luz,

pétalas azuis

e profundo vicejar.

Que maior descrição encerrará

o trovador que se refugia para calar

e, quando regressa ao lar,

põe-se a bradar

com tanto sentir,

tamanho silenciar,

que seu interior

ornado de pétalas azuis,

feixes de Divina Luz,

profundo vicejar,

deleita-se a eclodir e vaticinar

mundos além-céu,

universos além-mar...

Só há como a voz dessa alma nomear

Luz do Sol a Reluzir,

Água do Mar a Rebrilhar,

Mais Profundo Olor,

Certeiro Balbuciar.

Palmas

para o Poeta-Mar,

para o Poeta-Luz,

para o Poeta-Dor,

para o Poeta-Cor,

para o Poeta-Amar!

Ovacionemos, pois,

esse tartamudear!

Esse som que nos faz calar!

Esse brilho que nos acomete

tão afável lacrimejar!

Sinto o poeta em mim,

em ti,

em nós,

em tudo

poetizar!

Eis o verbo certeiro

para incidir em cheio

o universo,

o altar dos cegos,

surdos, calados...

Oh, Mundo dos Versos

e de muitos outros cursos

tão bem postos,

descritos,

propostos!

Profundo orbe submerso

em clamor errante!

Gozo pleno e profundo

de um calar arfante,

regozijante, taciturno,

gatuno, rutilante!

Bravo,

Poeta-Mar,

Poeta-Luz,

Poeta-Dor,

Poeta-Cor,

Poeta-Amar

e todo esse tartamudear!

Teu ente respinga em mim

e de mim não quer se apartar.

A não ser que Deus permita,

nesta ou noutra vida,

transcender em teu calar

e, assim,

una a ti embalar,

rumo a Estrela-Mor,

só,

sem dó,

alma alada no Parnaso,

atenuada,

subalterna.

Minha benção, poeta!

Isa Resende
Enviado por Isa Resende em 21/05/2010
Reeditado em 22/05/2010
Código do texto: T2271623
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