Doce Milena
Não fostes senão a ventura
De meus olhos embriagados em sensatez,
Era por aqueles olhos de ternura
E pela sua pele envolta em palidez...
Que eu fitei como um incauto...
Pobre de mim que nada na vida tinha,
Eu era somente o arauto
Que sonhava ter tua mão na minha!
Pobre anjo-Que suspirava versos de poesia,
E nos livros deleitava o seu prazer
Eu em minha triste e dolorida sinfonia,
Pensava em meu melancólico viver
Teu nome!Por ventura não sabia
E isto seria um insano dilema
Mas sei que na minha vã fantasia
Por ventura se chamava Milena...
Não chores anjo!Que não morreu
No céu a linda estrela do luar!...
Por fim ele apenas desapareceu
Na esperança do teu sonhar;
E ela era tímida como donzela
Que anda sob o luar que prateia,
Mas na palidez era tão bela...
Como o mar que a noite branqueia!
Ai de mim...desta mulher tão pequena,
Que levava ao peito uma delicada flor,
Não era uma menina-Era a Milena
Suspirando algumas notas de amor!
Mas vem em breve no horizonte
O sol aquecer o teu frio coração,
Assim repousarás a tua fronte
Na chama altiva da doce paixão!
Vinde!Minha visão dos amores
Em meu peito existe o lirismo,
Que abriga as murchas flores
De meu maldito romantismo!
Enfim!Que me resta Deus?
Senão a letargias dos desesperos,
Pois junto a ti... Todos os meus
Devoraram os próprios cabelos
E ela Milena!Flor de fino trato,
Deixou para trás a juventude
E com a insânia de um ingrato
Depositou o amor em um ataúde!
Não morras!Que no peito libertino
Nos meus versos de fanatismo...
Existe a alma de um nobre menino,
A dar-te o simplório romantismo!
E eu fecho os olhos na ilusão
Mas vejo a frente vários eus
Foi um sonho!A terna ilusão
Tu foste apenas anjo d' Deus!