A Minha Mãe
Mãe perdoa-me se em uma insana ventura,
Sonhei contigo nos luares de verão,
E ver-te fitar-me com os olhos em ternura,
O meu caótico e solitário coração.
Mãe, tu fostes o anjo que Deus pariu,
Das entranhas de seu sublime amar,
A estrela que do infinito a mim sorriu,
Na dolência do meu insano cismar
Mãe quisera a vida que esse baluarte,
Foste à escrita e senão a opulência,
Com a qual escrevo as rimas em arte,
Em olhos de uma trágica existência!...
Mãe, em seu colo de divina santidade,
Sorvi aos lábios o elixir do amor eterno,
E mesmo velho! Na tenra mocidade
Tenho junto de ti! Este teu seio materno
Mãe, eu a amo com as vibrações da lira,
As notas doces do póstumo arpejar,
No suor que na fronte pálida transpira,
Sei que no infinito há de me amar!!!
Mãe queria dar-te do botão a flor,
Que no jardim do paraíso florescia,
Para ti! Devoto-te o sagrado amor
Nas notas de uma perpétua poesia.