Evito sentir essa dor que sinto hoje

Porque restam–me apenas esse

Vocabulário inóspito que lembram

os amimais de caça que em sua beleza

em noites assim parecem,

em meus devaneios

Trespassam minha carne frágil e alcançam minha alma...

E reconheço a solidão...

o vazio do silêncio...

a insônia dessa noite quente

que provocam essas palavras colaterais

que eu não busco...

elas invadem-me...

são palavras frias

feridas de morte...

controvertidas quando defrontam

o que eu quero

porque encanto-me na organização estrutural das rimas

onde a tinta toma posse e dá brilho a palavra...

Aonde esta o rio sereno de sua voz

para apagar tudo que escrevi?

Porque a semântica esta confrontando a gramática...

E o que parece é que estou brincando de juntar palavras

Não há uma narração viva...

Elas só são vivas quando falo de você...