MINHA MÃE

Tão pequenina,
Mas parece,
Uma menina,
Em seu vestido,
 
Todo colorido,
Nem curto,
Nem comprido,
Todo florido.
 
Mãos ocupadas,
Nunca cansadas,
Rezando o terço
Eu ainda no berço,
 
Sentia-lhes o calor
Quando unidas
Superando a dor
De tantas feridas
 
Erguiam-se em prece
Ao Pai o Criador.
Mãos benditas,
Sempre abençoando.
 
Minha mãe,
Calçando tamancos,
Lavando o chão,
apertado o coração.
 
Olhos brilhantes
Voz de soprano
Cantando Ave-Maria
Varrendo a calçada
 
Ao amanhecer do dia.
Minha mãe menina
Brincando na praia
Colhendo seixos
 
Puxando a rede
Cabelos soltos ao vento
Encontrando a morte
Que levou-lhe
 
O pai e os irmãos
Mudando de vida
Arriscando a sorte
Na cidade desconhecida
 
Rompendo barreiras
Investindo nos filhos
Tornando-os cidadãos
Livres para o mundo
 
Alma livre de desejos,
Esquecida de si mesma,
Enxergando além do hoje,
Sorrindo para o futuro.
 
Farol nas noites escuras
Firme nas tormentas
Tudo suporta, agüenta
O mal ela afugenta
 
Com sua prece e benção,
Louvando o Criador
Corajosa, forte em seu amor
Brilhante com o sol

Em todo esplendor.
 
 
 
 
 
 
 
Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 09/05/2010
Código do texto: T2247343
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.