COMO VOCÊ SE RESOLVEU?...

Como foi que você se resolveu?!
Como que sobreviveu
à fúria bruta do rojão?...
Eu sei que sofreu tanto, sem arrimo, sem chão!
Como foi que fizeste a tua volta por cima?
Contou com alguém pra te ofertar estima,
 força e compreensão pra contornar a situação?
Pois saiba que quase me mata a aflição!
Doeu-me tão fundo este teu desamparo!
E eu te estimo tanto, de um modo tão raro!
Como ultrapassaste o cruel furacão?!
Por Deus, não me deixes sem esta visão!
Pois senti, de tudo, o que tanto sentiste!
E ri do que tu riste!
E vivi na pele a tua dor e lamentos!
E chorei por todos estes teus tormentos
em vias da vida de única mão!
Do meu, o teu pranto foi repetição!
Como emergiste deste teu caminho?!
Amaste a ti mesmo, ou não estavas sozinho?
De tuas próprias cinzas, como renasceste?!
E os teus inimigos, esqueceste? Venceste?
Deus sabe a razão de me manter distante;
é que ver-te perder-se, e se desesperar
era ar envenado a um débil respirar
desta alma que, embora escondida, de ti era amante!
Olha! Estes versos perdidos no vasto Universo
contêm, da sua vida e da minha, o lado reverso!
Começam e findam em primeira pessoa: a aproximação
entre nós tão divina, e da qual, por enquanto
(e nem disso sabes o que eu sinto, e o tanto!)
 não guardas a idéia, a menor  noção...
Como foi que você resolveu tanta desilusão?...

Com amor,
ainda uma vez a você, desde sempre!

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Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 24/08/2006
Reeditado em 26/09/2006
Código do texto: T224547
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