Visceral

Eu me suplico

Aceitar a minha sina

Vencer o inimigo

Milenar. Invencível.

Achar o caminho

Superar a crueldade

Encontrar a passagem

Para a terra indomada

Das Sabinas. Suicidas.

Através do corpo absorto

Das palavras, amá-las.

Convencê-las. Neurolinguá-las.

Ensinarei a desimitar a

Vida imitativa. Vencer a

Morte. Farei sentirem-se

Menos oprimidas. A milenária

Ausência do mal há de vir

E as farei sair da pensão

Fria, de fogo. Jogar na lixeira

A herança do inferno

De suas vidas vadias.

— Chega de vadiar, Valentina.

Regressa à vida. Vem

Trabalhar o amanhã impossível

És um degrau acima na

Cadeia evolutiva.

Pisar os ossos de teus Ancestrais.

Vê-los poeira na memória do tempo

Ou não terás amanhã.

Pára de vadiar, Clementina

Acode-te. Que esperas?

Vem fazer versos inusitados

Morrer nesse corpo velho

Voltar a ser menina.

Primavera das Eras Por Vir

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 17/04/2010
Reeditado em 19/04/2010
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