Visceral
Eu me suplico
Aceitar a minha sina
Vencer o inimigo
Milenar. Invencível.
Achar o caminho
Superar a crueldade
Encontrar a passagem
Para a terra indomada
Das Sabinas. Suicidas.
Através do corpo absorto
Das palavras, amá-las.
Convencê-las. Neurolinguá-las.
Ensinarei a desimitar a
Vida imitativa. Vencer a
Morte. Farei sentirem-se
Menos oprimidas. A milenária
Ausência do mal há de vir
E as farei sair da pensão
Fria, de fogo. Jogar na lixeira
A herança do inferno
De suas vidas vadias.
— Chega de vadiar, Valentina.
Regressa à vida. Vem
Trabalhar o amanhã impossível
És um degrau acima na
Cadeia evolutiva.
Pisar os ossos de teus Ancestrais.
Vê-los poeira na memória do tempo
Ou não terás amanhã.
Pára de vadiar, Clementina
Acode-te. Que esperas?
Vem fazer versos inusitados
Morrer nesse corpo velho
Voltar a ser menina.
Primavera das Eras Por Vir