Ser virtual...ainda humano.

O ser humano vive sentimentos ambíguos,

Quer morrer de amor, vivenciar a dor,

chutar a felicidade que acena,

quer tudo escrito em um poema...

Almeja a perfeição e sonha com ela,

Deleita-se com seus desvarios,

Escolhe os desvios de sua mente,

Transforma-se em um eterno demente.

E faz da mentira sua maior verdade,

Vive em travas obscuras, procura as curas,

Em labirintos descorados, inertes parados,

Diante de si uma vastidão de nadas.

Amores criados, em momentos breves,

Destruidos...intuindo-o ainda mais pra dentro,

Pro centro de sua própria criação,

Ser individual, egoísta e hoje, virtual...

Milhões de almas vazias plugadas,

Amaldiçoadas por suas próprias penas,

Pelo seu vazio escolhido, proferido...

Apiedo-me destes anjos caídos.

São multidões de solitários e carentes,

Alguns são loucos assumidos, outros,

Apenas seres encolhidos atrás de seu teclado,

Digitando o pulsar de suas emoções,

Que não completam e muito menos realiza,

Aumenta muito mais o vazio de si mesmo,

E ninguém é salva-vidas dos náufragos,

Quem se importa com estas almas abandonadas?

Eu me importo, e reporto em letras,

O que escondem em suas facetas,

E busco todas as vezes seus rostos,

Suas frases, seus pulsares digitais...

Lembrar-lhes-ei que somos sim,

Emoção em formas de letras,

Não esqueceremos jamais,

O quanto somos todos reais.

Em suas próximas buscas por emoção,

Recorda do ser que inaugurou esta jornada,

Por estas paradas digitais, tá aí dentro ainda,

Você é o comandante de seus sentimentos.

Poema dedicado: pra mim, pra você, pra ele, pra ela, enfim, pra nós.