Balalayka Amarela

O poema de Maiakóvsky,

no verso do retrato

é como um contrato

em que partes distintas

resgatam utopias extintas.

Cantou o Poeta

o sonho de todo esteta,

que escreve e vislumbra

a liberdade que deslumbra

no fim da cinza penumbra.

Amarela a blusa que entardece,

rebrota o verde que enternece

e em todos os caminhos

só se vê os ex sozinhos.

É chegado o novo tempo

e que caia o sangue

da tirana exangue.

Que todos se renovem,

que do manjar, todos provem

junto com a vodka aguardente

que espanta o tédio que mata gente.

Ao Poeta Maiakóvsky, que desencantou há noventa anos.