TRONCO CAÍDO ( * )

Meu filho, esse grande tronco,

Chão afora estirado.

É fruto de uma história

Que em meu peito é guardada.

Traz tantas recordações,

De tantos tempos passados...

No meu tempo de menino,

Por seu avô foi plantado.

Meu pai pegou a enxada,

Eu fui lhe acompanhando...

Tirou do bolso uma semente,

Na terra foi colocando,

Com os seus pés descalços,

A cova ele foi tampando.

Me disse: é semente de umbela, filho,

Que papai está plantando.

Quantos passarinhos...

Do terreiro vi cantar,

Nos galhos desta umbela,

Suas canções à entoar;

Cuitelinho e tantos outros

E o maestro sabiá.

Saudades da minha infância,

Do meu velho faz lembrar.

A sombra daquela umbela,

Foi palco de diversões,

De jovens enamorados,

Que ali trocavam suas paixões.

Na casca daquela umbela,

Esculpiram corações;

Aquela árvore amiga,

Foi testemunha de emoções.

Hoje não vejo,

O um umbela tão frondoso,

Com seus galhos lá no céu,

Num balanço tão gostoso.

Só a saudade então ficou,

Do meu velho carinhoso,

Que tanto me orgulhou...

O meu pai joaquim Barroso.

( * ) A referida poesia é de autoria de ( Manoel da Silveira Corrêa - conhecido em Vazante-MG como: Manoel da Tunica). Disponível em: http://rogerioscorrea.blogspot.com