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CAMILLE CLAUDEL


Será que esse Amor se empedrou por querer,
Será que estava fadado a surgir sob o cinzel?
Será que uma estátua pode o Amor refazer,
Será que amarás de novo, ó Camille Claudel?

O nome Rodin está na tua cabeça rodando,
Faz tempo já, sem que tu possas apagá-lo.
Nesse asilo de loucos o tempo está passando,
Mas na tua mente tu continuas a afagá-lo.

Tuas obras refletem o teu amor desvairado,
A tua procura pelo teu paraíso perdido.
Muito modelo deixaste inacabado,
Pois ninguém pagou o preço pedido.

Porém, apesar de criança no Amor,
Terás um dia o teu sonhado Escultor.

Selena et Moacir
17 de maio de 2002

[eis um original, não é cópia afinal
original nascitur, copia non sequitur]
Post No Bills, Please!
Moacir&Selena (C) 2002

dedicado à memória de Camille Claudel, escultora francesa


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Camille Claudel: um resumo

"A vida de Camille Claudel (1864-1943) tem alimentado a especulação e o
drama desde a virada do século vinte. A maior parte da atenção fixou-se na
relação de Claudel com o seu professor, mentor e amante, o eminente escultor
do século 19, Auguste Rodin.

Este complexo drama pessoal também obscureceu a obra de Claudel e sua
realização como artista. Ela exibia um talento para a modelagem em cerâmica
desde tenra idade, e preferia o meio tátil ao desenho. Na idade de doze anos,
seu pai, Louis-Prosper Claudel,mudou-se com a família para Nogent-sur-Seine,
uma pequena cidade ao sudoeste de Paris.

Dois importantes escultores viviam lá: Alfred Boucher (1850-1934) e Paul Dubois
(1829-1905), que se tornaria, em 1878, diretor da Escola de Belas Artes em Paris.

Louis-Prosper chamou a atenção de Boucher para o trabalho da filha que,
Impressionado com a aptidão da jovem, provavelmente foi quem apresentou
Dubois ao trabalho de Claudel. Com o suporte de Boucher e Dubois, Claudel
entrou na Academia Colarossi, uma das poucas academias de arte abertas a
mulheres estudantes. Logo depois, Claudel juntou-se a um grupo de três outras
mulheres escultoras, tomando lições informais de Boucher que visitava o estúdio
delas uma vez por semana.

Quando Boucher mudou-se para a Itália em 1883, Rodin assumiu a responsabilidade
pelas quatro estudantes dele. O encontro resultante entre Rodin, então com quarenta
e três, e Claudel, dezenove, levou a uma relação de quinze anos de duração que
deixaria uma influência indelével na técnica de Claudel e sua matéria de estudo.

Os anos que Claudel passou como assistente no estúdio de Rodin foram os mais
produtivos do mestre escultor; para Claudel eles foram os mais instrutivos, e , talvez,
os mais destrutivos em termos de estabelecer uma carreira independente de Rodin.

Em 1884, Claudel auxiliou Rodin no Portões do Inferno e Burgueses de Calais , estas  experiências alteraram profundamente o trabalho de Claudel. Enquanto sua escultura  anterior refletia a tradição acadêmica francesa na sua textura de superfície lisa e  glorificação do objeto de estudo clássico, o seu Giganti de 1885 mostra um maior interesse  numa superfície mais quente, naturalística que usa a luz para distinguir seus planos faciais.  "Jovem com um feixe" executada seis anos depois, a oitava de doze peças fundidas, representa  uma jovem mulher sentada apoiando-se num feixe de trigo. Claudel enfatizou a maciez da  carne juvenil usando uma folha de um fundo toscamente modelado. A cabeça da figura gira  para a direita enquanto ela puxa o braço direito para si e cruza os joelhos. Uma tal pose  convida o espectador a olhar a escultura de diversos ângulos o que permitiu Claudel capturar  a tensão que está subjacente nesta pose essencialmente desajeitada.

Claudel e Rodin terminaram sua relação em 1898, e embora Claudel continuasse a
esculpir, ela começou a passar por dificuldades financeiras. Durante essa década, ela  começou a apresentar sinais de doença mental. Em 1906 ela destruiu a maior parte do  seu trabalho e, sete anos depois, foi internada num hospício onde passou trinta anos de  sua vida.”



fonte: 

http://www.nmwa.org/legacy/bios/bclaudel.htm