Minha doce Carioca
Outros falarão sobre o vernáculo que lhe sustento
Mas entenderei, a falta deste sub-entendimento
Pois não escondo este pseudo-amor, e nas palavras sou autêntico
Por que Linda flor, para meus olhos tu és o contentamento...
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Não me importam as diretrizes, as estradas que a ti conduzem-me
Não me importa o silêncio, bocas por bocas caladas
Quero ver o Cristo no Corcovado, supostamente abraçando-me
As luzes do Rio, colorindo as nossas madrugadas...
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O vento em Copacabana acompanha-me até o Leblon
E é bom sentir seu perfume, ao cruzar o Arpoador
Não sei sê é de rosas, ou um nostálgico Avalon
Mas eu reconheço sua presença, minha Linda flor...
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Queria este poeta entender sua língua, verbos e frases
Desvendar seus eternos segredos, arremessados ao léu
Beijar sua boca, mostrar do que somos capazes
Contigo minha doce carioca, chegarei à porta do céu...
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No Maracanã o grito da galera empurra o escrete à vitória
Um céu verde, onde deus Garrincha driblou muitos corações
Ele é mestre deste templo, salvo-lhe nesta dedicatória
E estarei contigo lá meu amor, também seremos campeões...
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Tu não és o doce do Pão de Açúcar, mas tens sabor
Não é do Maestro, a garota de Ipanema, mas é linda
Mas este novo poeta será o seu grande descritor
Pois és o tema de uma bela história que nunca finda...
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O meu coração por ti, num todo se empenha
Há em você, a minha devoção, uma prece convicta
Uma promessa a ser paga, de joelhos na Penha
E guardo em minha mente, a sua imagem invicta...
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Quero o teu relevo sinuoso, morros no horizonte
Deitada na areia, as ondas a beira mar
Perdendo o sentindo, com uma deusa de fronte
És Linda carioca, que me faz encantar...
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Quero vê-la nos arcos da Lapa, preenchendo-me a visão
Depois me traga num vôo cego, como uma asa-delta no ar
Mas na Atlântica ou Vieira Solto, estarei com os pés no chão
E minha doce Carioca, namoraremos a beira-mar...
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Ah! Minha maravilhosa Guanabara, baía de reis
Minha Flor em Ramos, também por ti é amparada
Um Fluminense perdido no Flamengo, o pico das seis
As flores no canteiro, as ondas na enseada...
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Saio da Rebouças para encontrar-te na lagoa
Eis que surge as Laranjeiras, mas sigo para o Jardim
Porque quero encontra-la, contigo lá ficarei à-toa
Embriagando-me de teu perfume de jasmim...
Minha doce carioca, tu és meu plano de amor
É o meu colorido, minha magnitude suprema
O Rio em quarenta graus, queimando em calor
E eu hei de queimar-me em ti, minha doce pequena...
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Fevereiro chegou, o carnaval está no ar
Espero-te na apoteose, lá sei que findas no cansaço
Depois me beija suave, pronta para amar
Deitará em meu colo, repousará em meus braços...
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Para acordar, em um outro amanhecer
Mostrando-me seu molejo, sei quando me provoca
O meu amor por ti será fácil reconhecer
Pois lhe amo, minha doce carioca...