Márcia e as doçuras de Belém
Márcia e as doçuras de Belém
Márcia e as mangueiras do Pará,
Procissão, profusão de cores,
Suco e água de coco,
Caldo de cana e sombra,
A brisa vinda do cais,
O sol, o calor abrasador,
A chuva das quinze horas,
O beijo com sabor de limão,
O sorvete com sabor de beijo,
O açaí na tigela, vitória régia,
A praia deserta, a floresta,
A vista de Marajó, ilha tropical,
A índia nua cantando na oca,
O amor, o sabor , o odor,
De um pedaço encantado,
De um solo sagrado chamado Brasil.
Márcia e as ruas de Belém do Pará,
Árvores centenárias de verde frescor,
Sombras alongadas dos velhos casarios,
Mercado do Ver o Peso na baia do Guajará,
Pequeno barco solto sobre o rio Guamá,
Descendo ou subindo o Amazonas,
Por do sol, magia no céu avermelhado,
A oração cantada na igreja de Nazaré,
A peça ensaiada sob as cortinas abaixadas ,
Teatro da Paz, legado lusitano, Meu grão Pará,
A algazarra, a brincadeira, o ganha-pão na Feira do Açaí,
A correição na festa do Círio de Nazaré,
A estrela polar piscando na abóbada celeste,
O silencio das madrugadas, o caiçara na jangada,
O mar aberto, o coração apertado, uma saudade,
Os beijos molhados nos lábios de Iracema, seiva morena,
A fuga apressada com medo do nada,
Boto cor de rosa, lobisomem, boitatá,
A floresta encantada, palmito Jussara, saia rendada,
Virgem dos lábios rosados, francesa esquecida,
Na linha nos trópicos, saudades, quem sabe de Paris ?
Ou será o desejo ardente de nunca partir,
Da sua querida Belém do Pará.