Márcia e as doçuras de Belém

Márcia e as doçuras de Belém

Márcia e as mangueiras do Pará,

Procissão, profusão de cores,

Suco e água de coco,

Caldo de cana e sombra,

A brisa vinda do cais,

O sol, o calor abrasador,

A chuva das quinze horas,

O beijo com sabor de limão,

O sorvete com sabor de beijo,

O açaí na tigela, vitória régia,

A praia deserta, a floresta,

A vista de Marajó, ilha tropical,

A índia nua cantando na oca,

O amor, o sabor , o odor,

De um pedaço encantado,

De um solo sagrado chamado Brasil.

Márcia e as ruas de Belém do Pará,

Árvores centenárias de verde frescor,

Sombras alongadas dos velhos casarios,

Mercado do Ver o Peso na baia do Guajará,

Pequeno barco solto sobre o rio Guamá,

Descendo ou subindo o Amazonas,

Por do sol, magia no céu avermelhado,

A oração cantada na igreja de Nazaré,

A peça ensaiada sob as cortinas abaixadas ,

Teatro da Paz, legado lusitano, Meu grão Pará,

A algazarra, a brincadeira, o ganha-pão na Feira do Açaí,

A correição na festa do Círio de Nazaré,

A estrela polar piscando na abóbada celeste,

O silencio das madrugadas, o caiçara na jangada,

O mar aberto, o coração apertado, uma saudade,

Os beijos molhados nos lábios de Iracema, seiva morena,

A fuga apressada com medo do nada,

Boto cor de rosa, lobisomem, boitatá,

A floresta encantada, palmito Jussara, saia rendada,

Virgem dos lábios rosados, francesa esquecida,

Na linha nos trópicos, saudades, quem sabe de Paris ?

Ou será o desejo ardente de nunca partir,

Da sua querida Belém do Pará.

Techodelogte
Enviado por Techodelogte em 24/03/2010
Reeditado em 24/03/2010
Código do texto: T2156723
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