ALMA DA MULHER
Por mais que os poetas se proponham a versar,
Desfolhando as minúcias dos seus sentimentos,
Supondo dores, prazeres, alegrias e tristezas,
É-me mistério a alma enigmática da mulher.
Por mais que eu tente desvendar seus segredos,
Por mais que eu faça por supor seus mistérios,
Não sei distinguir as damas das madalenas,
Nem as Leoas que bradam, das Angélicas que aninham.
Queria distinguir dentre as lobas que uivam,
Das cordeiras cálidas e brandas de singeleza,
Quem é quem e quando e onde e porque e como,
Nem sei qual delas prefiro, nem quando, ou se ambas.
Vou ainda me esconder em uma barriga prenha,
Que seja nas viagens do poeta que se aventura,
Quem sabe assim, buscando as origens da vida,
Consiga eu saber mais do dogma da alma feminina
Alias, nem quero saber - saber pra quê,
Que a alma em flor, como rosa se perpetue,
Que eu apenas sinta e desfrute seus aromas,
E que não sangre jamais em seus espinhos.