TORMENTAS E TORMENTOS

O nosso planeta, de terra e de rocha

Forma a crosta cheia de placas

Sobre o magma, o constante movimento

Desacomoda as placas no hipocentro,

Umas nas outras exercem pressão

Com força se afastam ou se chocam

Subitamente irradiam-se tremores

Do útero da terra ouvem-se rumores

São roncos bravios, vindos de dentro

Rupturas do solo abalam o concreto

Provocam o tormento da destruição.

O homem que é feito de corpo e mente

Com sua energia torna a crosta viva

Sobre a superfície se movimenta

E nela reflete a transformação

Remove rochas, revolve a terra

Na força do atrito, provoca abalos

Destrói e constrói sem muita noção

Do peso na conta da devastação

Da mãe natureza, ouvem-se gritos

São choros de fúria, inundação

Rompem-se montes, soterramento

Provocam a dor, cruel sofrimento.

Fenômenos dinâmicos liberam energia

Refletem na superfície terrestre e a modifica

A força é descomunal, mas é natural

Da natureza inquieta por renovação

É invencível, imbatível, sem solução

Terremotos, tempestades ou vulcões

Desabamentos e inundações

Geram escombros e nos assombram

Causam tristezas de morte e mutilações

Com a toda a gama de destruição

Torna reféns da má sorte

As vítimas do atrós destino, que sem escolher

Têm ceifada a vida e um desumano sofrer.

À natureza resta-lhe acomodar-se

Quieta, mansa, apenas com a natural mutação

Do homem ainda se espera

Consciência, sensibilidade e razão

Não pise com gana o próprio solo

Não crie castelos na vaidade

Atribuindo-lhes eternidade

Pois estão calcados no chão

O chão pertence à natureza

E quando ela chora de tristeza

Vinga-se, rebela-se e inunda

Impiedosamente!

Ao homem resta-lhe acordar

Preservar o que lhe dá vida

O chão que o abriga e acolhe

Natural e incondicionalmente.

**************************************************** Este texto é dedicado às vítimas das catástrofes da natureza e aos homens de boa vontade que pisam o nosso chão, com a consciência de que ele é e o que vem dele, depende a nossa vida.

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 19/03/2010
Reeditado em 17/01/2011
Código do texto: T2146624
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