Sem Sapatos (8 de março, mulher)
Atrás das portas
sou o enredo das festas
dos palácios.
Observo,
me deleito.
Relógios quebrados
marcam meia-noite.
Permaneço
uma Cinderela
sem sapatos.
Desfeito o encanto,
me desfaço.
Altos são meus saltos
e o preço das jóias raras.
À realidade, volto.
Farrapos cobrem meu corpo,
visto o brilho das lágrimas.