Ode ao Haiti
O mundo enfim assistiu ao ensaio
da instalação do completo caos,
o pulso fraco recorre ao desmaio
com tantos acontecimentos maus.
Um espasmo da Terra violento
que despertou um global sofrimento.
Onde já se hospedava a miséria
esse espasmo também se hospedou.
Pois não houve situação mais séria
desde a tsunami que a Ásia sangrou.
Nas ruas somente o cheiro de morte,
país lacerado, tão triste sorte.
Haiti, ninguém nunca te zelou,
determinaram a intensidade
da cruel tragédia que em ti pousou;
foi maior culpada a humanidade.
A humanidade capitalista,
Senhora do egoísmo, vigarista.
Haiti, não chora, vejo teu pranto;
não chora, tenta crer numa bonança
que suplantará a cruel tormenta.
Haiti, ergue a cabeça portanto,
crê na última que morre: esperança.
Haiti, o bom teu pranto lamenta.