Morte da Boêmia

Estamos aqui para nos despedir, aqui ela jaz, ninguém sabia seu valor a grande filha da Mãe Terra, nessa noite nós levantamos nossos copos.

Saúdo a boêmia!

Aos dias de inspiração, aos dias de iniciante fazendo algo do nada. A necessidade de expressar, de comunicar, de nadar contra a correnteza.

Ficar louco!

Ficar maluco!

Ao amor pela tensão, nada de expressão, a mais de uma dimensão, a passar fome por paixão.

Odiar convenção, odiar pretensão, sem mencionar, é claro odiando o bom e velho papo furado, a andar de bicicleta do meio dia as três

Saúdo a Boêmia.

Dessa vez eu chego às seis.

A nenhum absoluto, do absoluto para escolha para qualquer moda que passa.

Para sermos um ‘nós’ ao invés de um nó, como se faz uma nota Dó?

Emoção, devoção para causar uma comoção, criação, férias à compaixão, para moda para paixão quando for nova.

Para Sanheim, qualquer coisa que tenha tabu, para o palco, para os palhaços, para Buda.

Saúdo Pablo Neruda!

Porque Dorote e Toto foram ao fim do arco-íris?

Para encontrar a terra do nunca.

Saúdo a Boêmia!

Homo sapiens, carcinógenos, alucinógenos, Pee-wee Herman, vinho alemão, Rei Leão, Canecas de cerveja, qualquer coisa que aconteça, Kurosawa, Carmina ou Burana?

Saúdo a Boêmia!

Para apatia, para entropia, para a empatia, ecstasy, Vaclav Havel, The Sex Pistols, 8BC a não ter vergonha e nunca fazer o jogo da fama, quer entrar na dança?

Olhar o mar, deixar a taça vazia, cantar e recitar uma poesia, não ter medo de se apaixonar por uma mera mente vazia.

Saúdo a Boêmia.