Poesia ao tempo

Nas veredas dos dias o velho som,
os mesmos acordes de uma era,
repetidos urros da mesma fera,
o tempo, com seu infalível dom.

Não adormece em ruínas antigas,
antes, de tudo que vive é o odor,
é frio da morte e o presente calor,
as naves do céu, e as velhas bigas.

Mostra-nos ao dia seu perfil,
quando o espelho diante de nós,
os sulcos da face de maneira atróz,
ao cruel destino impõem como redil.

O seu céu nunca, jamais escurece,
seu canto eterno, supera a eternidade,
nos olha desde a mais tenra idade,
até que recitemos aqui a última prece.


xxeasxx

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 21/01/2010
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T2041822
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