Verso-te vento...
Quando te sinto, sou o arauto !
Forjando a pena, um belo poema
Arestas risonhas rimando auto
Nas linhas dissertando dilema...
Inalo amor dizimando a dor
Suspiro encanto respiro segredo
Inspira-me, oh! vento ardor
Aquece o gélido do degredo...
É a luz deste candeeiro
A chama do amor flamejante
Daquele que amei primeiro
Já que fui tua naquele instante...
Senti seu sopro derradeiro
Não foi engano, inda infante
Aquele verso solfejou janeiro
Trouxe-me lágrimas o riso hiante...
Soprastes intenso, naquele verso
Na areia fina de meu deserto
Foi o batismo, te senti perverso
Não entendi o abraçar desperto...
Hoje te canto, na mesma areia
Na memória de meus gravetos
Que foram penas, inspirando idéia
Ora o mar leva meu verso inventos...
E se te fujo não encontro rimas
Bordando temas do sentir que sinto
E se te busco flano nas gramas
Sois idílio a nutrir- me o canto...
Não sinto medo ser redundante
Pois são letras, a secar –me o pranto
No abandono de qualquer amante
Rindo meu riso quando a ti encanto...
Esvaem-se sombras, em luz me faço,
Ensurdeço vozes dos desencantos
E silencio-me em seu regaço
ouvindo das folhagens cânticos...
No passar das horas voejando campos
Dou asas às flores e água as fontes
E tudo pode, por que sois velozes !
É labareda consumindo os troncos...
É chuva forte dentro não pinga
Não sois garoa é tempestade mesmo !
É ventania poetando em ginga
Como valsando o dançar a esmo...
Por entre as nuvens dos desatinos
da lua nova copulando oitante
o ver distante trilhando destinos
na escura noite duma aurora crente...
Que nasce o dia, varão longe as dores
Por vós sopradas para bem distante
Poeto o vento, e devo a ti louvores
Pois sois em mim, o estimulante...
E quando sopras minhas noites frias
Aquece-me a mente sois pura magia!
Incinerando minha cama vazia
Arde -me fantasias, o que me crias...
Odoras no leito que em brisa ateias
esvoaçando meus pensamentos
sois progênie a correr nas tantas veias
da carcaça versejando sentimentos...
Insuflas-me noites a querer amores
Fremi em meu corpo aliciando
entranhas, ateias sentindo ardores
sois tu oh, Vento o meu ente amando!
A ti dedico o tronco do "Ébano"
As sementes que a ti consagro
São poesias dum contralto arcano
Quiçá odes a meu ser sagrado...
São relances, serão relâmpagos !
Talvez encantem quando eu encantar ,
pois existe a morte em meus afagos
morrem gemidos, poeto pra decantar...
Pois ardendo em brasas o "Ébano forte"
lenhas e linhas a ti versadas, hão de voar!
Flamejando a mim, sorrindo em meu norte.
Fagulhas crispadas rimas hão de voejar !
“O poeta é o vento, a poesia o horizonte.”
A face que sorri, desta alma que infante
voeja a lira vagueando doravante
Que versa ao vento o seu EU gritante!
“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
28/7/2006
Grata a Malubarni, essa composição foi inspirada em seu comentário ao texto "Excitante".
Quando te sinto, sou o arauto !
Forjando a pena, um belo poema
Arestas risonhas rimando auto
Nas linhas dissertando dilema...
Inalo amor dizimando a dor
Suspiro encanto respiro segredo
Inspira-me, oh! vento ardor
Aquece o gélido do degredo...
É a luz deste candeeiro
A chama do amor flamejante
Daquele que amei primeiro
Já que fui tua naquele instante...
Senti seu sopro derradeiro
Não foi engano, inda infante
Aquele verso solfejou janeiro
Trouxe-me lágrimas o riso hiante...
Soprastes intenso, naquele verso
Na areia fina de meu deserto
Foi o batismo, te senti perverso
Não entendi o abraçar desperto...
Hoje te canto, na mesma areia
Na memória de meus gravetos
Que foram penas, inspirando idéia
Ora o mar leva meu verso inventos...
E se te fujo não encontro rimas
Bordando temas do sentir que sinto
E se te busco flano nas gramas
Sois idílio a nutrir- me o canto...
Não sinto medo ser redundante
Pois são letras, a secar –me o pranto
No abandono de qualquer amante
Rindo meu riso quando a ti encanto...
Esvaem-se sombras, em luz me faço,
Ensurdeço vozes dos desencantos
E silencio-me em seu regaço
ouvindo das folhagens cânticos...
No passar das horas voejando campos
Dou asas às flores e água as fontes
E tudo pode, por que sois velozes !
É labareda consumindo os troncos...
É chuva forte dentro não pinga
Não sois garoa é tempestade mesmo !
É ventania poetando em ginga
Como valsando o dançar a esmo...
Por entre as nuvens dos desatinos
da lua nova copulando oitante
o ver distante trilhando destinos
na escura noite duma aurora crente...
Que nasce o dia, varão longe as dores
Por vós sopradas para bem distante
Poeto o vento, e devo a ti louvores
Pois sois em mim, o estimulante...
E quando sopras minhas noites frias
Aquece-me a mente sois pura magia!
Incinerando minha cama vazia
Arde -me fantasias, o que me crias...
Odoras no leito que em brisa ateias
esvoaçando meus pensamentos
sois progênie a correr nas tantas veias
da carcaça versejando sentimentos...
Insuflas-me noites a querer amores
Fremi em meu corpo aliciando
entranhas, ateias sentindo ardores
sois tu oh, Vento o meu ente amando!
A ti dedico o tronco do "Ébano"
As sementes que a ti consagro
São poesias dum contralto arcano
Quiçá odes a meu ser sagrado...
São relances, serão relâmpagos !
Talvez encantem quando eu encantar ,
pois existe a morte em meus afagos
morrem gemidos, poeto pra decantar...
Pois ardendo em brasas o "Ébano forte"
lenhas e linhas a ti versadas, hão de voar!
Flamejando a mim, sorrindo em meu norte.
Fagulhas crispadas rimas hão de voejar !
“O poeta é o vento, a poesia o horizonte.”
A face que sorri, desta alma que infante
voeja a lira vagueando doravante
Que versa ao vento o seu EU gritante!
“A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
28/7/2006
Grata a Malubarni, essa composição foi inspirada em seu comentário ao texto "Excitante".