PRO VERSO

Quisera em tuas mãos assim

Seguir os teus dedos na ação

Ser o seu teclado em marfim

E beber o teu alento na fonte

Quero ser o brilho dos olhos

E até o amargor na inspiração

Quem sabe a seta de escolhos

Que traz os versos aos montes

Nestes estros que estás a frisar

Um menino da mãe no regaço

Unicamente de exulto a soluçar

E dormitar fingido de cansaço

Quero estar nos teus suspiros

Naquele êxtase de um tropel

Naquele engenho que te inicia

Caçando um lápis e um papel

Ser até mesmo a tua insônia

E então nascer na tua poesia

Não quero ser o teu bardo

E muito menos o teu muso

Quero ser, sim, tuas palavras

Escorrendo nos teus lábios

Ainda que nos versos obtusos

Saber que assim me sagravas

Concernido em teus alfarrábios

A todas as poetas!

In http://poeresias.blogspot.com/

V I S I T E