OURO SELVAGEM

Recanto das Letras, sítio de poetas

O peito se abrindo

Espontâneo, infindo,

Fala, em Recanto, vozes de profetas

Audaz, despe o manto

Eriçando, pelado, o erotismo cutâneo

Fazendo durar o prazer momentâneo

Leva a pecar santo

Do peito ao umbigo, que lindo botão

Morena sambando

Não faz contrabando

Daquilo que, abaixo, nos lembra o sertão

As ancas, pequena

Derrama-se, o luar, por elas abaixo,

Ao vê-las o Sol te inveja, cabisbaixo

E falta à verbena

Sobre esguio pescoço a luz sobressalta

Duns olhos fagueiros

Sorrisos matreiros

Lúbricos os lábios que a paixão assalta

Ao ver tanto ouro

Se reviram as terras de Vera Cruz

A poesia, preciosa, de novo, reluz

Floresce um tesouro.

ANTONIO JORGE
Enviado por ANTONIO JORGE em 11/01/2010
Reeditado em 14/01/2010
Código do texto: T2023457
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