O POETA...
Quem disse que o Poeta só escreve embriagado.
Talvez não esteja enganado.
Embriaguez de algum amor.
Ou se já lá como for.
E nas horas da madrugada.
Ou nos requintes do bar.
Vem o Poeta carente.
Algo tal qual ausente.
Entediado da gente.
Com certas frases da vida.
Chamando a todas de querida.
Deve ser embriaguez.
De amor talvez.
Ou mesmo da tal razão.
Nome feio ao coração.
Coitado.
Batendo um tanto desesperado.
E até descompassado.
Pobre, só e atormentado.
E o Poeta sempre está embriago.
E em dado e curto momento.
Lhe vem então a lucidez.
Que espanta gatunamente.
Porque o Poeta carente.
Prefere mesmo a embriaguez.