O POETA...

Quem disse que o Poeta só escreve embriagado.

Talvez não esteja enganado.

Embriaguez de algum amor.

Ou se já lá como for.

E nas horas da madrugada.

Ou nos requintes do bar.

Vem o Poeta carente.

Algo tal qual ausente.

Entediado da gente.

Com certas frases da vida.

Chamando a todas de querida.

Deve ser embriaguez.

De amor talvez.

Ou mesmo da tal razão.

Nome feio ao coração.

Coitado.

Batendo um tanto desesperado.

E até descompassado.

Pobre, só e atormentado.

E o Poeta sempre está embriago.

E em dado e curto momento.

Lhe vem então a lucidez.

Que espanta gatunamente.

Porque o Poeta carente.

Prefere mesmo a embriaguez.

O Guardião
Enviado por O Guardião em 26/07/2006
Reeditado em 26/07/2006
Código do texto: T202125