Ofício Sagrado

O exercício da arte

Tem me levado a descobrir

Os melhores segredos da tarde,

As mais refinadas sensações,

As mais inconcebíveis percepções.

Fato esse, que tem me estimulado a prosseguir,

Dentro dos parâmetros escolhidos por mim,

Numa espécie de sequência alegórica que não tem fim.

É o que mais se adéqua ao meu jeito,

O que me apazigua o peito.

É como se regressasse à primeira praia,

Onde o sol, até hoje, raia...

Como se estivesse à minha espera,

Para revelar os entalhes das esferas,

Que enaltecem o mundo.

Aqueles... que calam mais fundo

E me fazem querer aprimorar

O cantar!

Cobri-lo com o mais aveludado tecido,

Para justificar o impacto nos sentidos.

É como se me saltasse aos olhos,

Como se transbordasse por todos os poros,

A necessidade de adequadamente interpretar,

A sensibilidade que me vem abençoar,

Envolvendo-me num turbilhão!

Argumentando que tudo está a serviço do coração

E que é minha obrigação: escrever!

Para fazer transparecer

Esse dia que vem nascendo,

Essa alquimia que está florescendo...

Finalmente,

Decididamente,

Abusadamente,

Ininterruptamente,

Consistentemente!

Ela só me pede que continue a cantar,

A atuar,

A me disponibilizar

À poesia:

A celestial semente dessa nova sinfonia!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 05/01/2010
Código do texto: T2011904