Declaro-me seu
Como saber se estou certo se o mundo é todo errado
Sóbrio fazer-se de normal quando nada é natural
Indecência lúgubre desaba para o dia fulgurar
Descaso pela maldade, incidente proposital do ato de amar
Façam dos frutos as plantações colhidas sem sangue derramar
Trucidar um coração errante, beber refrigerante e fingir que nada aconteceu.
Ódio ao impetuoso sonho de sentir sensações sólidas
D'onde tudo é o líquido que gasosamente vira argila
Vamos modelar a perfeição, glorificá-la e nos arrebatarmos por saber que ela não existe em forma, apenas em fé
Vamos viver a diferença de quem somos, a atitude de quem quer
Vamos respirar o ar, inspirar o perfume das flores, mergulhar no imenso deus sereno azul, flutuar.
Sagaz sabedoria do imperfeito que sou fez-me conhecer de que temos peças a menos, mas há complementos.
Sinto dizer que nada é dor. São picadas de borboletas
Avistei ela dentre as flores e fiz arranjos
Lembrei-me da figura mais bela que desfilava em meio aos anjos
Senti o calor em meio ao frio, havia terra sobre o rio, o sol se prontificava ao lado da lua.
Olhei pela janela e a água escorria. Que tal dançarmos na chuva?
O jardim do Édem é lindo, é grandioso, não tem mal, mas frutos têm, não é natal, mas entendemos que Deus é dono de tudo e galardiador.
Ele é capaz de me reconhecer dentre os mais fiéis, dar-me tudo o que eu merecer.
Foi então que me presenteou com o júbilo do amor
Ele me deu você.