O menino que se tornou presente de natal
Noite de natal
Vagamente percebia o significado
Apenas a cidade mais iluminada e as gentes mais apressadas
Também se dava conta
Como nesse noite os papeis que procurava
Para se abrigar
Tinham mais luz e mais colorido
Enfeitados de fitinhas com fantasias
Brilhavam luziam numa alegoria
Que lhes dava uma certa alegria
Até parecia que nessa noite o frio
Seria menos sofredor
E ia –se chegando
ao monte de papel misturado com estanhos
eram as caixinhas vazias dos chocolates
de restos de iguarias
caixas com desenhos que não entendia
E ia crescendo esse amontoado estranho
que o provocava para espiar do que se tratava
A noite era fria a fome mordia
Numa azafama constante
Começa a juntar os papéis brilhantes
As fitas de corres berrantes
As caixas grandes onde até já cabia
Milagre seria que nessa noite iria dormir quentinho
e ia encontrando o lhe aguçava o apetite
bocados desprezados, de barrigas cheias de tanta fartura.
Lambuzou-se nesse atulhado contentor e se deliciou
E nessa noite num canto aconchegante
embrulhado em papéis brilhantes com fitas berrantes
o menino adormeceu e sonhou.
Que era uma prenda daquelas caixas grandes
bem embrulhadas de papel brilhante com fitas de fantasia
E numa sala de casa quentinha nas mãos de um menino caiu,
e foi ele que de lá saiu, com o seu sorriso ingénuo,
com cara suja e lambuzada de restos de comida estragada, e frio .
Tinha-se transformado num anjo alado e se elevava no céu estrelado. Subiu.
Um coro de anjos rosa e azuis cantando e tocando o receberam.
E nesse natal ele foi a prenda do menino que ficou esperneando e chorando…
Porque sua prenda saia voando. Originalidades da modernidade.
E… Apenas ficavam, a caixa vazia as fitas coloridas e os papéis de fantasia.
E, na recolha dos lixos dos contentores encontraram um menino que dormia o seu derradeiro sono.
De tta
25~12~09
Mote de Soiroir