Entre Versos
Eu não sei mais o que escrever;
Às vezes penso que meus textos não agradam quem os lê.
Já escrevi sobre todas as coisas possíveis...
Desde atos banais até feitos incríveis.
Poetizei sobre o sertão e a cidade,
descrevi a distância entre a paixão e a saudade...
já falei sobre o amor da Lua e o Sol,
Alertei navegantes com a ajuda de um farol;
por onde andei, deixei pegadas nos caminhos...
Contei da beleza da rosa e do perigo de seus espinhos;
Já declarei em letras o amor materno
Que este, é como o verão a aquecer o inverno.
Recitei versos de tristesa e alegria,
Citei fragmentos da realidade contra a fantasia;
Construí pontes entre o amor e a amizade...
Dei passagem ao bem, mas não consegui impedir a da maldade.
Fiz harmonia entre os homens e os animais...
Hoje já nem sei quem deles são os racionais.
Flutuei por entre galáxias, astros e planetas...
Não voei num foguete, nem numa nave, mas nas cargas de canetas.
Brinquei com as cores e fiz contrastes entre o branco e o preto;
Nesta brincadeira percebi o preconceito entre o pardo e o negro;
Despi minhas roupas e atirei-me ao mar...
Encontrei mergulhando, peixes que não sabiam nadar;
Entristeci-me quando cantei sobre vida e morte...
Mas aprendi que para ser feliz não depende de dinheiro ou sorte;
Presenciei metamorfoses e dancei com mariposas coloridas...
Já me deitei entre flores e perfumes e acordei com rochas e feridas.
Eu escrevi sobre tantas coisas deste mundo...
Gastei tantos grafites e papéis que me senti até um vagabundo.
Confesso que quase deprimi quando me rasgaram uma poesia...
Foi como perder o chão, ficar sem ilusão, ser expulso da fantasia;
Chorei, mas me reergui após este sofrer
Hoje, das 2 bandas de um texto sobre amor...
Guardei 1 pra mim no meu Poesia, a esconder...
E esse aqui, especialmente para você, presado Leitor.
Maximiniano J. M. da Silva - quarta, 08 de Abril de 2009