Olhos de Capitu
Levanta-te e a manhã já chega
é o gingado da morena,
morena que passa,
que sente,
morena disfarça.
Olhos de Capitu
que a noite fecha,
que acordam
como se fossem
o seu primeiro nascimento.
Olhos devassos
de uma outra noite inteira.
De um outro lugar,
um outro bar,
uma outra estação.
Capitu da noite atual
e dos dias incansáveis
que não param de viver,
de insistir.
Olhos de Capitu que me perseguem
durante o sono,
durante a minha solidão.
Tanto faz a falta,
que és tu Capitu
a culpada de todo esse desvio.