À Poetisa Branca

Quem me dera errar

Por tua pele pálida

Qual por uma estrada coberta de neve

Como num antigo cartão de natal

E, seguindo os teus versos

(fumaça entre os montes)

Achar nos teus olhos

Janelas acesas

Teu riso, choupana, se abrindo pra mim

Dividir contigo meu frio, meus dramas

Depois me deitar em teu colo morno

Menino com sono à beira do fogo...

Tua boca seria chá quente

Um chá de uma erva extinta e boa

Teus braços me envolveriam qual manta

Eu seria teu filho, teu noivo e teu irmão

E não me importaria se o meu inverno é sem fim.