Candelabro

Quando a vida aperta,

É em seus braços que redescubro a reta.

Quando emudecido,

É com ela que repouso esquecido.

Quando amordaçado,

Só penso em ficar ao seu lado.

É meu porto seguro.

O que há de mais puro...

O que há de mais profundo,

Em meu alegórico mundo.

Penso nela dia e noite,

Ainda que sob eventual açoite.

Nela a alma se reconhece

E cresce!

Ganha proporções,

Esclarece distorções.

Apazigua contradições,

Desvenda emoções...

Ela é meu mar,

O insubstituível ar...

É o segredo de minha resistência,

Inspira-me paciência...

Única responsável pela solvência,

Pela característica cadência.

Determina o ritmo da pulsação,

Comanda toda a sustentação.

Impede a impulsiva ação,

Impele à melhor constatação.

A um só tempo: âncora e velas da embarcação,

O G P S da navegação.

A água do corpo

O sorriso do rosto.

O que há de mais elevado,

Em meu peito alucinado.

Minha doce guia!

Despretensiosa...

Carinhosa...

A rosa dos espinhos...

A melodia do meu caminho.

Estou me referindo à Poesia!

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 24/10/2009
Reeditado em 24/10/2009
Código do texto: T1884132