Morrer pela paz

Corre pelos campos

minados pela intolerância desumana,

trilhados por povos sem pátria em comboios nômades

armados lutam contra a ira dos invasores

calados pela dor, da perda anunciada,

Escorre pelos muros,

sangue derramado pela arrogância insana,

tanque apontando para crianças indefesas,

ventre carrega fruto de futuro incerto, vida profana

ianque chega, destrói, avança colunas,

Morre o homem pela paz,

quem faz a guerra discursa e "lamenta"

quem jaz a terra silencia e fomenta

luta por mundo que não tombe ao ódio, árido chão

a labuta de um homem não seja em vão...

Ao diplomata e cidadão brasileiro e do mundo

Sérgio Vieira de Melo, que se impôs o desafio:

de apaziguar Somália, Bósnia, Ruanda, Timor.

No berço do mundo - Iraque -, enfrentou sem temor

na esperança da paz, deixa em semente a sua obra,

Para germinar no deserto dos corações humanos...

Homenagem a um grande brasileiro, Embaixador Sérgio Vieira de Melo, morto tragicamente na missão da ONU, no Iraque, escrito em Agosto de 2003, AjAraújo.