REVOADAS
( Ao amigo Antônio Fernandes que não mais verei)
Adeus amigos antigos que não vejo mais
levados pelo tempo que foi e não deixou.
a passagem, para uma visita. E alguns até,
viraram fumaça, que na distância dissipou.
Sacoleja sob meus pés a carroça do destino,
maltratando minha carcaça que vai resistindo,
em revoadas à dureza da velhice que não para,
e eu vendo a mocidade evaporar, de mim saindo.
Não me matam chagas e enfermidades crueis,
pelos tombos do tempo. não morro ainda
resisto a constantes perdas, mas triste caio.
fulminado de saudades daquele amigo que finda.
E na multidão de olhares tristes o meu se junta,
todos sabemos que tal e qual a limpida corredeira,
a morte passa buscando alguém colado na gente.
até que seja enfim a nossa. a hora derradeira.