REVOADAS

( Ao amigo Antônio Fernandes que não mais verei)

Adeus amigos antigos que não vejo mais

levados pelo tempo que foi e não deixou.

a passagem, para uma visita. E alguns até,

viraram fumaça, que na distância dissipou.

Sacoleja sob meus pés a carroça do destino,

maltratando minha carcaça que vai resistindo,

em revoadas à dureza da velhice que não para,

e eu vendo a mocidade evaporar, de mim saindo.

Não me matam chagas e enfermidades crueis,

pelos tombos do tempo. não morro ainda

resisto a constantes perdas, mas triste caio.

fulminado de saudades daquele amigo que finda.

E na multidão de olhares tristes o meu se junta,

todos sabemos que tal e qual a limpida corredeira,

a morte passa buscando alguém colado na gente.

até que seja enfim a nossa. a hora derradeira.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 11/10/2009
Reeditado em 11/10/2009
Código do texto: T1860773
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