LA NEGRA
Há um sileciar no clamor da noite
não reverbera mais o trovão na chuva
a alma chora calada a partida dela
La negra
eu choro e lembro, como se fosse ontem
jovem e sonhador a cultivar boemia
quando tantas vozes em mim tocavam
Elis, Gal, Simone, Bethânea
ali vizinha a terra minha
estava, surgia, revolucionava
La Negra
Brandava ao tempo sua voz potente
e ao mesmo tempo comovente
me abduzia em sua lamuria
chorava o amor ausente
gorfava a dor que surgia
La Negra
agora, força transcendente
fara coro aos querubins
mas sei, que em dia de tempestade
la junto com o bradar de raios
ouvirei tua voz, eterna
a ecoar em minha memória
e alma
La Negra