À RIMBAUD

Oh, Arthur, quando penso

No meu inferno, lembro-me

Do teu.

O veneno me é doce

E morre

Em meus lábios.

Já não sofro,

Mas deveria.

Ah, e como queria!

Não há sede, não há

Sabor, dor, amor...

Aqui não cabem religiões.

Meu batismo, no fogo

Queimou todas as minhas dores.

Dúvidas, estas são feitas

De substâncias

Desconhecidas, etéreas.

Não, não morro por elas.

Por elas,

Vivo...

'Morrer, dormir, talvez sonhar.

Eis que nos é forçoso

Ter que admitir

Que sonhos possam sobrevir

Durante o sono da morte.'

Oh, Arthur, pobre criança!

O meu, é beijo maldito...

Beije-me e deixe-me,

Pois tua é a noite

E minha, a eternidade.

>>KCOS<<

Karlla Caroline
Enviado por Karlla Caroline em 01/10/2009
Reeditado em 02/01/2011
Código do texto: T1841446
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.