Oscilante Intersecção
Persona singela da minha oculta floresta
Nem sempre bela, mas ó sim, sincera
Que às vezes escapa tentando aparecer
Falho em não mostra-la, parte mais bela de meu ser
Não é por mal, é por falta de abertura
Isso não apaga a minha culpa
Escrevo pra mim mesmo, hoje com ternura
Pois sei que você possui mais de mim ai nesta cela escura
que eu aqui fora, na realidade dura
Hoje eu quem escrevo para ti, sincero alter-ego
Agradeço a ti as expressões sinceras, mas ainda sim te nego
O meu desejo mais sincero é ser aquele que escreve
É não viver a dualidade que aos humanos persegue
E quando conseguir a fusão utópica
Será a hora de partir da realidade hipócrita
Que obriga a nós, eternos subordinados
A ser peça tática do triste jogo tático
Ter que parecer em vez de ser
Por simples sobrevivência, para fechar os flancos
Da curiosidade alheia
E quando não houver mais problemas
Brilhe! é tua hora interioridade ferida
Não há mais de se submeter a opinião mal vinda!
E aí, será a hora da perfeita junção
Excelentes predicados e defeitos adequados
Entre a interioridade e o exterior cansado
Os opostos que se encaram tão ambíguos
A necessidade de completar-se mesmo sendo inimigos
E a tentação de versatilizar-se
Eis ai o desejo do humano, ser a mistura
Do interior imaculado e do exterior maltratado
Ser completos, desejo trivial de todos os amargurados.