SONHOS ALQUÍMICOS
(para M.C.S.C.P.)
No colégio, procuro uma pessoa.
Na biblioteca, um livro.
Uma flor, no jardim.
Mas, num sonho, nunca se acha nada.
Ou, quando você acha, pensando ter burlado as leis do sonho, ao acordar, perde de novo. E fica assim, inconsolável, vazio.
Muitas vezes já me aconteceu isso.
A pessoa escapava por um corredor que não estava lá;
O livro não estava nas estantes, nem entre os devolvidos;
A flor murchara no ano anterior.
Parece, mas não estou reclamando.
Nestes sonhos alquímicos não sou o só o buscador, mas as coisas buscadas. O pretextuoso, sobejo eu que me procura é apenas um disfarce.
Quando acordo, a realidade sublima e eu esqueço.
E, por isso, escrevo.
P. S.:
Dane-se a realidade! Amanhã, tentarei de novo.