Pantomima ( Tributo a Marcel Marceau)
Os gestos traçam os riscos.
No ar, sensações, os sorrisos.
Na face cabem os guizos.
No espaço, o improviso.
As juntas, juntas percebem
O gesto que o verbo esconde.
Mil artimanhas, palhaço.
Mil armadilhas, mil traços.
O rosto pintado em falsete,
Coloca a verdade na cara.
As mãos que viajam distantes,
Solfejam o tempo, a espera.
Cria-se a criatura.
O ser, por se pôr, é o poeta.
As frases não são o efeito.
O corpo é a linguagem,
Que a poesia implora.