ARTES IRMANADAS

ARTES IRMANADAS

Inspiração: escultura de Viviane Becker

Apontas o infinito desde o chão que piso,

...e finjo-me alheio ao vôo no vácuo que exibe natureza

na cor ocre do cobre de um crepúsculo silente.

Galgo, na arte, os degraus do meu próprio potencial,

abraçado à base, de abas livres, sobrepostas de grades.

Oh! Quanta ironia, entanto, comporta o contemporâneo!

No exíguo espaço de bordas retilíneas,

desprovido dos obstáculos deste ciclope inerte,

abre-se o vasto raio visual das ruas!

Sejas, embora, ferro que fala

nos olhos críticos da arte,

transcende da liberdade do imaginário

o universo de um mundo de impotências

do formigueiro humano, em nuanças várias.

Mas, inda que descalço, desfornido e roto,

brinda, em terra, à essência da vida.

...em ti, porém, mesclam-se altivez e liberdade,

– és peça única e sublime desde simbolismo –

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 27/08/2009
Código do texto: T1777290
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