FEDERICO GARCÍA LORCA
Eu pronuncio teu nome,
retalho florido da minha poesia.
Itinerante poeta dos meus sonhos
ora tão distante, ora tão perto,
ouço no seu murmurar ainda que distante
o meu nome em tua palavra escrita.
Choro pela morte.
Choro pelo poeta morto.
Salta do meu ventre dor e lamento,
repugna neste versejar o tirano!
Louco ditador em sua fúria demente
lava com sangue, mata a voz temerária do poeta
gela o dia, frustra a paixão, resseca o amor.
Mata os frutos, revela as iniqüidades.
Choro pela morte.
Choro pelo poeta morto.
Vespas rubras rasgam o ventre da terra,
coberta pelo sangue do injustiçado!
Soluçam as viúvas em sonhos
o vento devora as pétalas do cravo
a caneta cai da mão adormecida.
O estalo implode a alma.
Choro pela morte.
Choro pelo poeta morto.
Choro pelo seu assassinato.
Federico Garcia Lorca nasceu na região de Granada, na Espanha, em 05 de junho de 1898, e faleceu nos arredores de Granada no dia 19 de AGOSTO de 1936, assassinado pelos "Nacionalistas", com um tiro na nuca