Minha MÃE, saudades...
Minha MÃE, saudades...
Você se foi tão rapidamente!
Parecia bem, não se queixava de dor aparente, mas, sim da sorte
Não chorava, e nem gostava de falar em morte
Vivia para as lembranças do passado, seus amores, sua sina
Da saudade de um tempo longínquo
Nas entranhas de um povoado em ruínas, o “VENTURA” tão falado!
Você se foi tão rapidamente! Ninguém poderia imaginar
Que numa tarde sombria, na solidão dos seus dias
Morreria recostada ao seu velho e amigo sofá.
Seu mais fiel companheiro BOB, cachorro astuto e ligeiro
Testemunhou o seu mortal desenlace, naquela fatídica tarde
Aos oitenta e dois anos de cativeiro
Sim, pois a vida para você era enfadonha
Monótona e tristonha bem distante dos seus ideais
Só se via em seu rosto maior alegria, no período das campanhas políticas, campanhas eleitorais
Quando eufóricamente torcia pelos seus amados candidatos
Esses quase sempre diferiam dos candidatos da nossa família, contudo,
Não nos importávamos!
Minha mãe, quantas saudades! Das confidências de longas datas
Da comidinha caseira, dos passos lentos, das roupas desengonçadas
Do cabelo "assanhado", das conversas “ao pé do ouvido”
Das músicas do “Altemar Dutra” das rusgas e até dos devaneios...
Você se foi assim, tão repentinamente! Deixou o corpo suavemente
Como sempre repetiu que seria e, agora, depois de meses do acontecido lembro-me de tudo nitidamente e choro baixinho
A perda da presença material mas me alegra também MÃE, saber que você existe e vive no plano espiritual.
Saudades...