O CHÃO NÃO É O LIMITE, GABRIEL

Será genético o que no

Sangue desse menino?

A reinar neste sofrido sertão,

Será mais um vaqueiro nordestino?

Talvez seja realmente o dom

Que ele traz na sua sina.

Porém, o tempo tudo muda.

E a vida sempre nos ensina.

Que ele toque suas cabras,

Seus carneiros e os sonhos.

Que leve o gado a pastar...

Que cuide dos seus rebanhos.

E vista a sua perneira, chapéu,

Gibão... e monte em seu cavalo.

Este sim, é o seu maior presente.

O seu imensurável regalo.

Menino atrevido, afoito,

Seguro, matreiro, arrojado!...

Aqui, acolá... solta um aboio.

Com carinho, cuida do gado.

Tá no sangue, tá no coração...

Galopando ele se sente no céu.

Cavalo é a sua maior paixão.

E o chão não é o limite, Gabriel!

Marcos Aurélio Mendes