de Edson Gonçalves Ferreira
para Miguel e Malu, Susana e Dulce, Zé Albano e Isabel Silvestre
e amigos do Recanto
Meu coração, caravela
Atracou, enfim, no porto
Reencontrou seu berço
Embalado por cantigas doutroras
Entre as ruelas percorridas por um rapaz
Saíndo do útero telúrico
E que, agora, retorna reencarnado no neto
Dois séculos depois
Só para provar
Quem ama reconhece
A essência da vida
Essa canção plural
Que poucos percebem
E no sem palavras do obrigado
Seu povo ancestral
Simples e majestoso
Que, sem perguntas, recebeu
O menino da terra
A piar como pardal
Ao lado da cotovia Isabel
Sua prima cantadeira
Louvando o que a terra celebra
Entre pão e vinho
Sob oliveiras seculares, amém.
Manhouce (terra do meu avô Manoel Gomes Gonçalves), Portugal, 01.08.09